Bem, acho melhor começar pelo começo, mas não pelo começo DO Cinema, e sim, pelo começo do seu verdadeiro significado - a magia.
Para isso, eu prefiro não ignorar, mas pular todo o processo da chegada do trem à Estação Ciotat, George Méliès, Max Linder e etecétera (que verei mais a frente), e chegar numa figura que todo mundo conheçe, até mesmo o vendo de longe, no escuro.
Sir Charles Spencer Chaplin.
("Sir" porque em 1975 ele foi nomeado "Sir" pela Rainha Elizabeth II e "Spencer" porque o sobrenome dele era Spencer, mesmo. 8D)
ANTES, uma espécie de ERRATA: Diz-se CHARLES quando se fala da pessoa, Chaplin; E diz-se CHARLIE quando se fala do Vagabundo, o mito (que no Brasil foi nomeado como "Carlitos" por alguém que deveria apanhar por isso! Êita nomezinho escroto...).
Bem, não vou contar a história da vida de Chaplin, até porque existe a Wikipédia pra isso. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin)
ENTÃO!
Chaplin admitiu que se meteu no Cinema por dinheiro, pois antes disso ele trabalhava numa companhia de Teatro ambulante (a Fred Karno's Company), onde ganhava no palco uma chuva de moedas do público, interpretando um Bêbado. Em 1913, um cara chamado Mack Sennett, dono de uma companhia de Cinema (a Keystone Studios) viu uma destas apresentações e mandou uma carta à Chaplin, chamando-o para trabalhar no Cinema, ganhando US$150 POR SEMANA!
Por insistência de Stan Laurel (O Magro de O Gordo e O Magro - É, ele mesmo!), Chaplin fez as malas e se mandou pra Califórnia. Chegando lá, atuou como figurante em diversos filmes até que ganhou seu primeiro filme: "Making A Living" (Algo como "Ganhando A Vida", mas que no Brasil ganhou o nome de "Carlitos Repórter", outro título escroto... ¬¬). Após assistir ao filme (Que foi todo cortado porque Chaplin roubou a cena), Sennett achou que tinha cometido um erro ao contratar Chaplin, mas na verdade, Chaplin tinha cometido um erro ao escolher sua vestimenta no armário do estúdio. 8D
A produção da Keystone SEMPRE utilizava imagens de acontecimentos reais para ilustrar seus filmes - por exemplo: Quando acontecia um incêndio, eles o filmavam para posteriormente utilizar as imagens num filme em que acontecia um incêndio. O mesmo com uma corrida de carrinhos de criança, que era muito comum na época.
Eis que uma tarde, numa cidadezinha ali perto chamada Venice, aconteceria uma corrida de carrinhos de criança. Aí, o pessoal da Keystone se mandou pra lá e levou Chaplin junto - fato que atrasou a viagem, pois Chaplin ainda estava escolhendo suas roupas (adivinha quais?), elas eram: um casaco apertado, calças curtas (as grandes viriam depois), sapatos grandes deixados ao sol para entortar o bico, um chapéu-coco e uma bengala comum, de madeira (a de bambu também viria depois). Depois de tudo pronto, Chaplin ainda achou que faltava algo em seu rosto, então voltou rapidinho ao camarim e colocou um bigodinho preto, que não colocava em dúvida a idade de sua nova personagem. PRONTO!
A equipe foi para lá e gravou um filme de 7 minutos sobre um vagabundo que quer aparecer para a câmera. Tudo isso em apenas 40 minutos. Assim como os outros filmes da Keystone, este filme não tinha uma história convincente; Era sempre sobre alguém que aprontava alguma e se dava mal (ou bem) no final. Final esse, que sempre acabava em perseguições ou todo mundo caindo na água. Talvez seja esta a razão pela qual Chaplin ignorou suas comédias iniciais.
Chaplin fez quase 40 filmes na Keystone (37 curtas-metragens - 21 dirigidos por ele - e 1 longa) até o dia em que saiu dali e foi para a Companhia "Essanay", já em 1915. Lá ele tinha total liberdade para dirigir e escrever seus filmes. Além disso, Chaplin ganhou O DOBRO DO DOBRO de TUDO o que ganhou na Keystone; Tudo isso acompanhado de melhores equipamentos, suporte e estrutura. Agora as histórias estavam mais convincentes e os filmes melhor fotografados. Tinham até Travelling! \o/
Assim se seguiu até que Chaplin se mudou para a "Mutual Company", onde ficou de 1916 até 1917; Lá, ele faria alguns de seus famosos curtas.
ENTÃO:
Imagino eu, que se você - lendo - chegou até aqui, tenha tempo para saber a continuação desta "Filmografia CONTADA". Então, sobre a parte que vem agora, não vou explicar mais nada. Vou deixar que o documentário a seguir fale por ele mesmo.
O Chaplin Que Ninguém Viu (Unknown Chaplin)
Este documentário é MUITO raro no Brasil, e quando eu era criança assistia ele adoidado, porque, sabe-se lá como, uma cópia veio parar numa locadora, AQUI, no interior do paraná. Graças à Video Center (quem mora em Francisco Beltrão vai lembrar), que antes de fechar suas portas, vendeu seus VHSs, consegui comprar esse documentário pela bagatela de 12 reais. \o/
Até hoje, eu o preservo com carinho, guardado a sete chaves, SEM MOFOS!
Pego diretamente de um S-VHS (fita de qualidade), convertido para DVD e postado no YouTube, é com prazer que eu lhes apresento "O Chaplin Que Ninguém Viu":
P.S.: A BBC (Televisão do Reino Unido) tem uma afiliada chamada "Thames", que possui os direitos sobre este documentário, portanto, aproveitem enquanto o YouTube não o tira do ar... ;ºD